O calor arde. O sol sabe como chamar a atenção, e não há como não notá-lo por aqui... Na pequena Jaci ele brilhava especial, ontem, pra mim.
Assalto a banco, cidade assustada, os ladrões - pobres - fugiram a pé. Perseguição na estrada, poeira, poeira, poeira, tiros... Um dos homens partiu, os outros dois acabaram presos. Já cheguei no meio do tiroteio e agitei o interior do interior!
Pouco tempo, muito cansaço... Mudança!
Consegui um apartamento lindinho - com uma grande janela - e precisamente vazio para caber essa imensa ansiedade! Pelos cantos sem móveis espalhei meus sonhos, no armário as roupas já abarrotadas há dias na mala, e na cama joguei o que sobrou do corpo cansado...
Pela manhã de uma noite que praticamente não existiu, fui ao rio Turvo. Fiz minha primeira poesia concreta (em forma de reportagem)... Sem medo, e sem tempo escrevi com a alma... Começava assim: "O rio turvo amanheceu triste..."
Nas margens dos rios os curimbas, os lambaris e outros tantos peixes agonizavam. Conversei com muita gente, choramos em silêncio os pequeninos, que brigavam pra respirar no rio que acordou sem oxigênio. Mataram o pulmão do rio! Provavelmente o veneno de usina de cana que foi levado pela chuva... Só vi no ar depois! Muita gente se emocionou, tentei passar a emoção que senti na beira do Turvo, fiz poesia e talvez tenha conseguido levar algumas pessoas pra perto dele. Sei que não pude e não posso fazê-los viver, mas gosto de pensar que por causa do carinho, talvez o rio durma um pouco menos triste...
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