sábado, setembro 09, 2006

VIDA URGENTE


O desafio da equipe era grande: fazer uma reportagem que reconstituísse o acidente na lagoa Rodrigo de Freitas, mostrasse os perigos da mistura álcool e direção e contasse a história de outras vítimas para reforçar o alerta. Tínhamos um mesmo dia pra gravar em três cidades, um mutirão de edição pela frente. E eu tinha um fantasma pra enfrentar.

Começo de madrugada.
Há exatamente um mês, eu tentava me distrair do sono, enquanto meu carro me levava quase sozinho pra casa. Num cruzamento, o cansaço me venceu. O sinal estava fechado e eu só não avancei cegamente contra dezenas de outros automóveis, porque praticamente destruí o meu carro num veículo que havia respeitado o sinal. Foi essa a lembrança que me acompanhou durante toda a semana.

A cada desabafo dos pais das vítimas em Porto Alegre, eu ouvia os meus próprios pais. A cada história interrompida de gente jovem como eu, era inevitável repensar minha própria história: momentos como os do acidente e tantos outros em que dirigi ou andei com amigos sem condições pra levar o carro com segurança. Há reportagens que mudam o mundo. Há também aquelas que, antes disso, mudam quem as faz. Desta vez foi assim.

* O projeto VIDA URGENTE funciona em Porto Alegre, mas mantêm grupos em várias partes do país. Para saber mais acesse: www.vidaurgente.com.br

** Assista a matéria: http://gmc.globo.com/GMC/1,,2465-p-M537413,00.html

segunda-feira, setembro 04, 2006

...


Há horas que dão início a meses.
Copos que fermentam revoluções,
Idéias, ainda que contraditórias, que se completam.
Pedem mais horas, mais meses, mais anos...

Há paixões possíveis, ainda que inviáveis.
Reinventáveis, inesgotáveis...

Há beijos, não beijos
Assunto de sobra.
Rotina que falta!
Acordos e desacordos,
consenso.

Pra tanta inocência,
há também parquinhos!
Montanha-russa, trem fantasma
Sustos, sobe-desce, frio na barriga...
Desafios a física!

Há adolescência!
Encontros quase infantis
Desejos?
E há, sobretudo amizade.
(Cumplicidade pra toda vida, por esse crime que: não? cometemos.)