quarta-feira, outubro 25, 2006

DIÁLOGO

- Bebendo de novo!
- A noite tá fria.

(silêncio)

- Tá boa pelo menos?
- Nada. Falta açúcar, pouco gelo. Já tomei melhores.
- Bom, você também já...
- Já.
- De novo...
- De novo, igual. Quer dizer diferente... Hun, admito, foi igual!
- Mais vodca? Te acompanho.
- Não me entenda errado, mas não quero vc por perto.
- Posso esperar no carro?
(...) Ou na cama?
- No carro sim, no quarto não. Me leva pra casa! Mas me faça um outro favor, me deixa dormir sem vc!

(silêncio maior ainda)

- E amanhã?
- Amanhã é de dia e eu me distraio. A noite é que dói.
- Por isso mesmo. Precisa de mim, agora!
- Preciso é de cada nervo descoberto,
(... ) Você já fez dos outros covardes o suficiente pra eu estar aqui. Ou de mim corajosa demais.
- Acha então que a culpa é minha?
- Não, só não me acho.
- Vamos embora? Eu durmo na sala.
- Não sei com quem ficou a chave de casa.

- Precisa de um chaveiro?
- Preciso é de alguém pra pular o meu muro.

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