Foi um dia dificil... Cheio de fatos sobre os quais ainda não consigo falar. Só sei que muitas vezes, quando eu me confundo com meus sentimentos, lembro dela...
Minha avó me ensinou muito sobre o amor! A história da minha vida e a e do jeito dela de amar estão muito ligadas, se confundem. Ela sempre me amou muito, mas eu, desde muito cedo procurei mostrar a ela que eu era livre e não cabia em seu colo protetor. Pousava por lá, sempre que precisava de força, mas em seguida voava. Foram anos, aprendendo e ensinando minha avozinha, a dosar o amor... Ensinando que era possível, amar com toda a intensidade, sem sufocar o que se ama.
No fim da vida, ela – pelo menos comigo – encontrou o caminho. Estava sempre ali, por perto. Enfeitava os bastidores da minha vida com o capricho de suas mãos caprichosas e seu coração generoso. Sempre tinha um abraço quentinho, despretensioso me esperando e aquele olhar pidão – pleno, e ao mesmo tempo carente do meu afeto.
Um paradoxo, porque ela se foi com a minha lição, muitas de minhas certezas e me deixou a herança do exagero. Há cinco anos, fiquei órfã de um dos pesos mais fortes que me equilibravam. Não soube lapidar a herança... Estraguei o tesouro e andei amando demais, amando de menos... No meio de tudo, tomei um porre de amor daqueles de ressaca comprida. Comprida e ainda não cumprida.
Me prendi tanto e por tanto tempo, com medo de, de novo, amar demais... Que hoje sou pura paixão e tenho medo do amor.
São tantos os paradoxos...
Foram anos fugindo de mim, me apaixonando por ai e escapando sempre um pouco antes de me entregar. Foi assim com o trabalho... Foi assim com os amigos, com os relacionamentos, com os meus sonhos. Foi assim em São Paulo, em Floripa, em Rio Preto, Araçatuba... De novo em São Paulo...
Tô tonta de tanto rodar... Não reclamo. Me encontrei um pouquinho em cada canto. Continuo procurando, mas aprendi a me cuidar, ser auto-suficiente, a me divertir comigo mesma, a confiar em mim, a ser egoísta...
Mas ser sozinha cansa... Mesmo quando estar sozinha parece ser tudo o que se quer. E é muito cansada que hoje me percebi no caminho de volta... Percebi que tudo que eu quero é um colo quentinho, pra pousar ... é ter alguém pra voar junto, de vez em quando... Alguém pra dividir o que a Nadia, inteira, anda fazendo e descobrindo por ai, mesmo quando voa sozinha.
Tive que desaprender tanto pra aprender o que minha criança já sabia... Hoje tenho que me virar sem minha professora/aprendiz e perder por minha conta a dividir esse meu medo de mim.
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