Quando se sonha antes mesmo de dormir e se acorda na crise da desesperança, bagunça. Por isso, há neste verso cumprido um resto qualquer de inconformismo.
Viro, reviro, canso.
Chego ao limite do tédio às convenções e a tudo que é previsível.
Acabaram quase todas as certezas, resta apenas uma: entre a primeira letra e o ponto final sou eu, talvez outra. Ou seja, nenhuma.
Hoje lembrei que o mundo são regras milhares. E todas sem sentido.
Há quanto tempo como sem fome, só porque está na hora.
Durmo, sem sono, só porque é preciso descansar. Descansar de quê?
Quando foi que me acostumei com o bom dia frio dos despertadores?
Me pergunto mais, me pergunto muito!
Cadê a alegria e a falta de medo?
Onde perdi as minhas dúvidas? E eram tantas...
Onde ficaram meu encantamento, minhas descobertas?
Há tanto por saber. Demais para um peito quase endurecido. Bruto.
Sinto que vago, vagamos e só. E há covardia por toda a parte. E há motivos demais para se fazer coisas sem sentido.
O costume é companheiro fiel e é ele que tanto nos trai.
No tempo da desesperança, acredita-se tão pouco em liberdade que fica difícil arriscar. Quando se ousa, o esforço é tamanho que acomoda. Não se tenta nunca mais.
Quando se ama uma vez só, ama-se mal e morre-se para o amor.
Não quero morrer.
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Um comentário:
Ná,
Vc virou uma poetisa de marca maior...
A Laura chegou ontem aqui em Madrid, pra passar o mês...
Beijocas
Lidia
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