terça-feira, novembro 30, 2004

Dia de virar do avesso

Desses que a gente se deixa vazar pelos poros pra ser de dentro pra fora...
Fui eu. Ali, toda, mesmo que avessa. Normalmente a gente é só a gente, mas tem hora que é preciso ser ao contrário. Ir contra o pulso, superar a ansia, centrar no umbigo e esvaziar o peito pra encontrar o eixo... Jogar a saudade fora. Revirar o estômago, respirar bem fundo.
(Pausa.)
Mais uma respirada antes da hora chegar... Só então, ser pura superação.

Amor sufocado de dentro pra fora. Loucura que vira, só, desejo. Vício tornado em costume.

Vontade de namorar sem medo da saudade, sem vontade de casar.
Filhos imaginários dormem distantes, bagunça na memória...
Embarco em sonhos que tive e que esqueço.
Faço novos planos e acerto a direção do barco.
Nele sigo rumo ao desconhecido, sigo a toda!
Vou sem destino, certa como nunca, que ele vai chegar.
Abandonei minhas certezas em um porto distante, acordo finalmente consciente de que elas ficaram lá atrás. Tento precisar onde, logo desisto, o mar está muito bonito!
Mar que vira rio, acho que rio Tietê. Páro frente a praia, longe de casa, no meio do caminho. Caminho pra onde?

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