domingo, janeiro 28, 2007

Sem perguntas, sem respostas

Quando se viaja sozinha, sobra tempo pra pensar em quase de tudo.
Há dias, tenho horas inteiras pra mim. É tanto tempo.
Quando estou distraída, fico prestando atenção... E há tanto pra ver.
Agora mesmo, sorri de repente. Rápido, espontâneo, bonito.
Por alguns segundos, me senti quase feliz.

Mas tenho pensado também em outras coisas, não sou egoísta. Observando as crianças, aprendo com elas.
Pequeninas, elas perguntam tudo. Não tem a vergonha da gente. Elas são curiosas, desbravam enquanto nós, adultos apenas contemplamos nossa falta de curiosidade..
Horas atrás, junto com um grupo de turistas, passeávamos na carroceria de uma caminhonete, em silêncio até que uma garota de uns seis anos fez uma pergunta. Queria saber porque o fogo era vermelho.
A mãe dela desconversou, todo mundo ficou calado, ninguém sabia.
Segundos depois, uma nova tentativa... “Mamãe, porque a gente tá tão longe, e mesmo assim sente o cheiro do fogo?” A resposta mais uma vez foi um pesado silêncio, seguido de uma bronca: “menina, você pergunta demais!”.
Também levei uma bronca, de mim. Como eu desisti dessas e de tantas outras perguntas?

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