quinta-feira, março 09, 2006

A não-poesia das Letras

Acordei e não fui trabalhar. Fui à escola!
Voltar a faculdade depois de tanto tempo é estranho. Como mergulhar num universo tão meu, tão alheio a mim. Vaguei pelos corredores, sem sentido. Precisava achar um professor do qual só me lembrava da voz. Percorri todas as salas, na porta de uma parei. O timbre era conhecido. Não havia ninguém pra confirmar se era ele quem eu procurava. Mas era. Não se lembrava de mim. Deveria? Aquele homem era a minha esperança de voltar logo pra lá... Me ouviu, mas nada resolveu. Continuo no limbo dos jubilados! Sim, fui jubilada e descobri essa semana. É reversível, mas está dando um trabalho!
Enfim, a missão fracassou, mas a sensação de estar ali reverberou na minha cabeça o dia todo.
Aquele sentimento indigestível de não se encaixar onde vc deveria!
Pode ser preconceito, mas quem estuda as letras, as ilusões e as palavras deveria ser no mínimo bastante humano. Mas meus colegas, que nem me conhecem são tão... tão... apáticos. Centenas de solitários, como eu, é verdade... No entanto sem brilho, pouco sorriso, pouco papo.
Na hora de ir embora ouvi alguém me chamar, depois de horas de quase silêncio. Era a vendedora de trufas. Não resisti, conversamos longos segundos e saí de lá feliz com o chocolate nas mãos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Querida nao desista, saiba que o que esta acontecendo nao foi de graca, portanto forca...
beijos