Saí de casa e logo de cara atrapalhei a passagem de uma mulher com um cachorro. Pra minha primeira surpresa, os dois sorriram.
Na rua de baixo foi a vez dos lixeiros. Eles moíam o lixo, que escorria do caminhão. Agarravam a sujeira que também era minha.
Eu, egoísta quase me incomodava porque que eles atrapalhavam meu trânsito quando, um deles sorriu. Me deu a passagem.
Depois do almoço, na sorveteria eu escolhia o sabor enquanto uma perua tentava insistentemente passar na minha frente. A atendente educada, pedia que ela esperasse. Peguei meu sorvete, fui pagar e a surpresa: estava sem dinheiro.
Não é que a perua, aquela que há instantes quase me irritava se ofereceu pra pagar. Me deu o sorvete, de graça e sorrindo.
A vida é assim, a gente dorme 28 anos coberta de certezas.
Um dia acorda sozinha, vazia de tantas delas.
Dura, egoísta!
Acorda sem o que pensava que sabia, nua do que se amava e de si mesma.
O dia começa triste. É inundado de gentileza.
Você lembra dos sorrisos, tem vontade de chorar.
Olha pro silêncio que tanto desejou e não reconhece.
E então?
Grata adormece, querendo acordar.
quinta-feira, março 19, 2009
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