Os calos incomodam e não cabem mais dentro da sapatilha.
Mesmo! O espetáculo segue, cada dia mais sério, o público cresce e é sempre mais exigente. Durante o corre corre das luzes acessas é fácil dançar, e brilhar, e sorrir. Ainda que os calos estejam lá. Quando as luzes se apagam, aí vem o escuro - que fere. Não gosto do escuro. Nem total, nem parcial. Nunca gostei. Me acostumei a dormir em silêncio e com a luz apagada por mero cansaço - quando se está exausto, pouco importa se está claro ou escuro. A escuridão me incomoda. Não é medo, é ausência de algo essencial: luz.